sexta-feira, 19 de julho de 2013

Ofélia

só vou lhe contar sobre ela porque ela tomou conta de mim, se eu não conta-la eu explodirei, cairei doente. Ofélia quer que eu a vomite , Eu tenho um sentimento tamanho por ela que daria a ela pequenos momentos meus para que vive-se algo mais.. Ofélia, Ofélia, acho que eu lhe amo, lhe amo por dó. E te amo tanto mas tanto tentando compensar o tempo e falta de amor que lhe tiveram. Ela tinha uma certa palidez amarelada, olhos fundos, assutados por natureza. Uma humildade humilhante.. Ela mau existia, era quase uma sombra.. que ainda sim se reprimia a sua insignificância Desde que a tia Morreu vivia sozinha numa pocilga Trabalhava de Faxineira num pequeno super mercado. Onde ganhava pouco, mas que tinham suas vantagens, as vezes ela ganhava algumas sobras.., Alguns olhares de pena que para ela já era o bastante. vestia o uniforme Cinza que fundia com sua paisagem de nada.. e lhe fazia alguém.. Uma faxineira, tinha orgulhoso daquilo, era tudo que lhe permitiram. Tinha pequenos momentos de felicidade, que ela alternava por medo de acabar As vezes quando saia do trabalho.. passava no bairro das camélias, lá existia uma padaria a fachada era toda marrom e escarlate, a luz por dentro era Fraca, de aconchego, aconchego que ela não tinha, que sempre quis sentir, pois desde que saira do ventre maldito da mae de como dizia a tia que lhe criou, de vida fácil ela se sentia perdida, fora do contexto, inconveniente pelo simples fato de respirar, o melhor momento também era o de maior culpa, mas o assumia pois tinha medo de não assumir e ser punida ainda mais pela falta de coragem neste Acordava as vezes em meio de sonhos, onde ela ria descontroladamente, Rodopiava em si mesmo,Nua, de braços Abertos, seios pequenos, pele Amarelada, e magreza doente. Acordava suada, e com uma ponta de felicidade e lhe perfurar o peito... Sentia-se envergonhada em sentir aquilo, Aprenderá com sua tia que aquilo não era permitido a moça prenda, de Respeito. Quando esta súbita ilusão lhe visitava os sonhos ,Rezada três aves marias e cinco pai nossos para aliviar a culpa. Também existia um raidinho velho ,ganhado de uma vizinha que sintonizava uma única estação. Certa vez ouviu no rádio que a gente tinha que ter “Alegria de viver”,achou aquilo tao bonito que resolveu se convercer que o tinha. Numa outra vez, o radialista disse que “se devia permitir”.. ela não entendeu, mas gostou de ouvir. As vezes tinha vontade de Aprender a ler , escrever lhe parecia Algo de muito poder,Assim nao podendo ser dela. Entao se contentava em prestar atenção na fala dos outros pra ouvir palavras que lhe soava bem, lhe parecia especial, feliz. Um dia Ofélia acordou, vestiu a quase mortalha cinza, Atravessou a rua e num instante estava no chão não se sabe como.. via vultos agitados, um certo desespero nos rostos borrados que ela achou até comico. Sentiu vontade de rir.. e riu, Ofélia gragalhou em plena avenida, deitada em meio aos carros, em em meio ao desespero Ofélia ria, se permitia rir, porque era bom Quando a gargalhada passou deixando a barriga doendo.. um anjo talvez já lhe tivesse soprado a morte aos ouvidos pois ela já o sabia.. num ultimo instante de vida, odelia dançou.. dançou. Livre, abusada, Errada.., vagabunda. de cabelos finos soltos a lhe grudar o rosto, de braços abretos, quase indecente Ofélia dançou,em mente minha amada Ofélia dançou o silencio e dessa vez não rezou as três aves marias e o cinco pais nossos, Ofélia balbuciou nos lábios ficando frios uma singela palavra a si mesmo : Desculpe-me” E assim ofelia se foi, Ofélia morreu acordando.

Meu Povo

Meu povo tem garra, Quando sorri aquele sorriso sofrido. Esbanja ,luta,braveza, e labuta Quando meu povo canta os murmúrios De sua vida, o vento faz melodia, o tempo reverencia , a chuva e a neblina,bela estendida Fazem falta na caatinga E a gente chora por ouvir o choro do outro em forma De canção, deixando cair suas tão frágeis esperanças ao chão Lavando o chão seco do meu sertão. Quando meu povo chora , deixa escorrer no rosto suado, lagrimas de cansaço . Tendo seu gado, somente as carcaças ao chão. Chorando tão lindamente lavando a terra seca Do meu sertão. E quando meu povo morre ,leva junto de sua carne As marcas de ilusão, e a felicidade de agora ter água limpa Casa digna. A sete palmos do chão. ... 15/07/2009

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Moralidade

Encontro-te Nas ruas, Botecos, Nas bocas diversas, Nas ideologias. Nos conselhos Sinceros, em mãos entrelaçadas, em Opiniões. És defendida, Provada, é Orgulho, és Ilusão. Julga como Santa, Logo você que se tem tão Fácil, Logo você Que Floresce em qualquer solo, em Qualquer lacuna, Logo você que enche o peito de Orgulho hipócrita. Infame! Esta razão que lhe sai dos lábios Envolta em enganos, Mentiras Convencidas “Que sem Humanismo, me condena, me coloca em conflito Intenso, Interno, Injusto”! Morre Hoje sem Livramento, sem opiniões,Sem sujeiras “Todas as minhas concepções”

Releitura

Minha terra não tem mais palmeiras...., Já não vejo mais sabias As aves que aqui gorjeavam, já não as ouço a cantar Nosso céu tem mais estrelas nossas várzeas tem mais corpos nos bosques não há mais vida nas nossas vidas mais velórios Em cismar sozinho a noite encontrava mais Prazeres eu lá., naquela época em que havia Palmeiras, amores e sabias.. Que não havia homem para desmatar. Minha terra já teve primores Tais quais arrancaram do solo para levar Em cismar a noite sozinho ouço a serra A trabalhar, Não permitas deus que eu morra, sem ver isto mudar Sem que eu desfrute dos primones, que a ganância insiste em levar sem que eu avistes tuas palmeiras e teus sabias

Oraçao de um policial corrupto

Cordeiro de deus que tirai os pecados do mundo.. Rogai por nós, que fardados ficamos sem vós Perdoai-vos Perdoai teus filhos promíscuos.. Que na carteira tem seu oficio , que em suas fardas ensanguentadas, carregam o símbolo das tuas forças armadas. Tira do meu peito, o grito daquelas mães. Que deus nos perdoe pela frieza,por cumprir a obrigação dada, de cada tiro de cada bala. Que deus me perdoe por cada lágrima que derrubei e pela mancha que em cada familia se fez. Que deus tenha piedade de mim por não querer servir , e pela ganancia do estado Oprimir. Que eu esqueça ao olhares assustados , pelas crianças lançados, e que quando jovens pela minha arma foi tirado. Meu deus. Que um dia eu entenda que ser um marginal não é escolha, todos eles foram uma criança.. que cada tiro na favela o desfecho de uma delas. Que eu entenda que minha obrigação é servir e proteger teu povo.. que eu me concientize que cada filho seu, mesmo errando não perde sua condição de humano.. Que a hipócrita massa dominante não me corrompa., que meus valores sejam dignos da minha farda. Meus deus.. que o povo me perdoe.”

domingo, 14 de julho de 2013

Carta ao Estado

Sr. Estado Tenho percebido ,que a sociedade da qual o senhor é responsável Se encontra passando por problemas. Tendo refletido sobre o assunto ,conclui que se trata de um circulo vicioso Que se inicia com a não existência qualitativa de suas instituições de ensino Assim promovendo a falta de conhecimento suficiente para que não consigamos Ingressar no estreito e restrito ensino superior, muitos assim permanecendo sem este Mesmo sabendo que irá se submeter a jornadas de trabalho , quase desumanas ,agravadas pela má qualidade do transporte público e a sempre e cada vez mais absurda alta de impostos. E que com um pouco de sorte ganhará um pouco mais de um salário mínimo. E como a sociedade assim empoe formará uma instituição familiar provavelmente Compostas de filhos desiludidos na melhor das hipóteses ,também podendo ser composta Por jovens revoltados e dispostos a ter aquilo que o sistema não os permite, o fazendo por meios considerados ilícitos ,criminosos, imorais ,inaceitáveis. Vergonhosos. Mas eis que surge uma dúvida... O que é ilícito pra quem sente fome.? O Que é criminoso para quem sente frio.? O que é imoral para aquele que passa necessidade.? O que é vergonhoso para aquele que não tem dinheiro.? Observo que este circulo vicioso causa o que chamamos de Falência da instituição familiar. Assim devo concluir que o Sr. Cria o que chamam de delinquentes e criminosos para depois prende-los Desde já agradeço pela atenção, ou não já que faço parte desta massa condenada e atenção é a única coisa que não temos. Att.

Flagelo

Dança comigo o silencio, das bocas famintas. Quero ver nos teus olhos a vida que nos roubou Das crianças que os horizontes tirou. Esta bem, prossegue ate onde quiseres, mas depois vem deslumbrar O teu povo pobre. Quando você ouvir a voz da consciência. Quando a mídia não corromper e designar sua desencia. Vem ver o que eles criaram, vem ver as lagrimas que não derramaram. Não tenha medo de rezar, eles vao precisar. Vem ver o que é Diversao, a filosofia do circo e do pao. Teu verde e amarelo não me Cobre os hematomas do descaso, Vem sentir o odor da decadência, da enganação. Cheiro de labuta e sangue negro no chão Pobres são, Aqueles que ao povo estende a mao e com destreza as tira Deixando escancarada a falta de compaixão,